quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Roberto Pereira: Respeito à enfermagem


Rio -  O alarde gerado pelas mortes de duas idosas, supostamente causadas por erros de estagiários, pôs sobre os ombros dos auxiliares e técnicos em enfermagem parte da responsabilidade da situação caótica por que passa a saúde pública brasileira. Os tristes e lamentáveis episódios — de casos pontuais, e que tiveram como justificativa má-formação dos estagiários envolvidos — não podem pôr em dúvida a competência dos auxiliares e técnicos em enfermagem.

Se há falhas quanto aos cursos técnicos e de graduação, compete ao MEC e às Secretarias de Educação fiscalizarem a qualidade  dos mesmos. Além disso, se houve negligência quanto à supervisão dos estagiários nas unidades de saúde, a responsabilidade não é da equipe de enfermagem. Como pode um estudante ainda, que está sendo preparado para exercer a função, não ser supervisionado por um profissional enfermeiro vinculado à escola?
O descumprimento da lei 7498/86, que dispõe sobre a regulamentação do exercício da enfermagem no Brasil, faz com que auxiliares e técnicos exerçam atividades da competência do profissional enfermeiro. Privativo do enfermeiro: l) (...) cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com risco de morte; m) cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos de base científica e capacidade de tomar decisões imediatas. Sem contar a exaustiva carga horária de trabalho, que poderia ser resolvida com a aprovação do projeto de lei 2295/2000, que garante a jornada de 30 horas.
Lamentamos os terríveis erros que levaram a óbito das duas idosas. Mas ressaltamos que são fatos isolados e que a enfermagem não pode ser a vilã. Os mesmos que massacram deveriam, também, reconhecer que milhares de pacientes são salvos por esses profissionais, que cuidam, assistem com respeito e profissionalismo.
Fonte: odia

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