terça-feira, 11 de maio de 2010

Paralisação da enfermagem prejudica vacinação no Recife

A paralisação iniciada nessa segunda-feira (10) pelos auxiliares e técnicos de enfermagem do Recife está impedindo alguns postos de saúde da capital de aplicar as vacinas contra a gripe H1N1 e contra a gripe comum. A campanha de vacinação contra a Gripe A (H1N1) iniciou ontem sua terceira etapa, que vai imunizar a população entre 30 e 39 anos até o dia 21 deste mês. No Recife, a campanha de vacina dos idosos contra a gripe comum também teve início na segunda, e igualmente segue até o dia 21. Nesta terça-feira (11), postos como o do Programa Saúde da Família de Apipucos e o Centro de Saúde Joaquim Cavalcanti, nos Torrões, não estavam vacinando por falta de profissionais de enfermagem.

De acordo com o presidente do Sindicato Profissional dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem, Francis Herbert, a categoria deve realizar, na manhã desta quarta (12), assembléea para decidir se os profissionais voltam a suas atividades, se será deflagrada a greve ou se haverá uma nova paralisação de 48 horas.

Segundo Herbert, 90% dos técnicos e auxiliares aderiram à paralisação. A classe reivindica, entre outras coisas, o aumento do adicional de produtividade, que hoje é de R$ 200. Ela quer que o valor seja igual ao adicional dos profissionais do Programa Saúde da Família, no valor de R$ 305. "Nós queremos que a gestão dê condições para que os profissionais de enfermagem sobrevivam com dignidade", afirmou Francis. Segundo ele, desde outubro do ano passado que a categoria tenta negociar com a Prefeitura. "Nós queriamos ter negociado antes para que a população não fosse prejudicada durante a campanha de vacinação".

A coordenadora do Programa de Imunização do Recife, Elizabeth Azoubel, afirmou que a Prefeitura está procurando suprir a falta de profissionais provocada pela paralisação. "Nós estamos colocando nos postos com maior demanda técnicos e auxiliares voluntários sob a supervisão de enfermeiros", disse.
FILAS - No Centro de Saúde Albert Sabin, na Tamarineira, quatro profissionais aplicavam a vacina contra a Gripe A (H1N1). A população que compareceu na manhã desta terça ao local , porém, reclamava da grande fila e do calor.

A estudante Vanusa de Lima, 28 anos, foi até o posto acompanhando o avô. "Esse corredor está completamente bagunçado, uma quentura terrível, e ninguém faz nada", reclamou. "Filas vão haver em qualquer local, já que as faixas etárias contempladas pela vacinação abarcam uma população muito grande", contemporizou Elizabeth Azoubel.

CAMPANHA - Em Pernambuco, a meta é vacinar 80% da população. De acordo com a coordenadora do Programa de Imunização do Estado, Ana Catarina Melo, até agora 110% das crianças maiores de seis meses e menores de dois anos já foram imunizadas (o número contabiliza crianças de outros estados que forma vacinadas em Pernambuco.

Em relação às gestantes, o percentual é de 74%. Na faixa entre 20 e 29 anos, 75%, e na faixa entre 30 e 39, cuja vacinação teve início na segunda, apenas 15% da população foi imunizada.

Até o final da campanha, quem fizer parte de qualquer um desses grupos de risco pode se vacinar num posto de saúde. "Nós acreditamos que a meta será alcançada em todas as faixas etárias", afirmou Ana. "A população tem que procurar os postos o mais rápido possível, já que a vacina começa a proteger entre o 14º e o 20º dia, e o inverno já está chegando", disse a coordenadora, enfatizando que qualquer vírus Influenza é mais disseminado no inverno.

Fonte Do JC Online 11/05/10

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