De acordo com Stédile, com os baixos salários da categoria, muitos profissionais de enfermagem possuem dois empregos, cumprindo jornada de trabalho superior às 44 horas semanais. A proposta de 30 horas semanais para esses profissionais (PL nº 2.295/00) está para ser votada no Plenário da Casa. Mas para o parlamentar, a proposta deveria estar aliada a aprovação de um piso salarial para a categoria. Tramitam na Câmara alguns projetos nesse sentido, mas nenhum deles chegou a ser aprovado em todas as comissões necessárias.
Para o parlamentar, o Congresso deve se sensibilizar com essa questão. “Garantir o mínimo salarial serve para evitar a dupla jornada da enfermagem, a sobrecarga, o stress e a evasão profissional. Valorizar a enfermagem é valorizar o acolhimento e o cidadão humanizado, é valorizar a saúde integra”, afirma.
Pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) mostra que enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem representam 70% dos trabalhadores em saúde no Brasil. De acordo com Stédile, esse número não pode ser ignorado. Ele lembra que em comunidades do interior do País equipes de técnicos da área fazem todo o trabalho médico quando faltam profissionais. “Nas cidades maiores, a situação não é muito diferente. Os enfermeiros atuam na vigilância em saúde do Sistema Único de Saúde (SUS), no atendimento de saúde do trabalhador e nas comunidades, averiguando condições sanitárias nas residências e evitando a proliferação de epidemias”.
Bandeiras
Durante seu discurso, Stédile falou também de outras bandeiras defendidas por ele na Casa. O socialista defende temas como transporte coletivo de qualidade, transporte alternativo (ciclovias e bicicletas), direitos dos animais e defesa do futebol feminino no Brasil.
Recentemente o deputado apresentou projetos importantes como: a proibição da venda de fogos de artifício para pessoa física; a distribuição gratuita de fraldas geriátricas nas farmácias; a regulamentação da profissão de biblioteconomia; e a bolsa moradia ou hospedagem gratuita em casa de estudantes, mantidas pela União, para estudantes do Prouni e outros, que mesmo matriculados em universidades particulares, comprovem ser de baixa renda.
Atuante na área da cultura, o parlamentar defende também a valorização do conhecimento como alicerce fundamental para a construção de um país democrático e justo. Stédile, que é presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Biblioteca Pública, defende o aumento de bibliotecas públicas no Brasil.“Entendo que somente com um conjunto de medidas podemos formar pessoas criativas, sábias e participativas, com a construção de multibibliotecas, incentivo à leitura, fácil acesso as novas tecnologias, internet, e valorização das empresas que investem na cultura”, finaliza.
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Fonte: www.psb40.org.br
