A presidenta do Seese, Flávia Brasileiro, abriu as discussões destacando a realidade de desvalorização da categoria, a luta por melhor remuneração e respeito à jornada de trabalho. "A nossa carga horária deveria ser de 30 horas, e ela não está sendo respeitada. A enfermagem não suporta mais a situação que vive", informou.
A 2ª Secretária do Cofen, Irene Alves Ferreira, em meio à sua explanação, fez questão de saudar o vereador Iran Barbosa, PT, presente à sessão, e destacar o apoio que a categoria sempre teve de Iran quando foi deputado federal.
“Estamos sentindo a sua falta lá em Brasília. O professor Iran sempre foi um grande articulador na questão das 30 horas, sempre fez pronunciamentos fantásticos em favor da enfermagem, sempre procurou a presidência daquela Casa para que os enfermeiros fossem realmente ouvidos”, lembrou.
Irene Ferreira, 2ª Secretária do Conselho Federal de EnfermagemEla também levantou as difíceis condições de trabalho dos enfermeiros em nível nacional e em Sergipe, onde têm faltado políticas públicas mais eficientes na área da saúde, desrespeito ao piso da categoria e à jornada de 30 horas, além da diminuição do número de enfermeiros por leitos, feita pelo Ministério da Saúde.
“Isso foi um desrespeito muito grande e mostra que estão preocupados com tudo, menos com a saúde. Neste mês de maio, mês da enfermagem, é preciso repensar sobre esta profissão, que por si só faz a diferença, porque não se faz saúde sem enfermeiro. Entristece-nos, na contramão disso, que não se reconhece essa profissão”, lastimou.
Planejamento de Estado
O vereador Iran Barbosa reforçou a tese de que com políticas públicas de Estado, e não de governos, planejadas para as áreas essenciais para a população, como é a saúde. “E isso não falta só no Brasil. É um modelo que predomina no mundo, porque o que prevalece são as necessidades do mercado, e não o da população. Erramos muito quando não planejamos”, disse.
Vereador Iran Barbosa, que sempre apoiou lutas dos enfermeirosIran Barbosa também destacou a importância da valorização salarial dos profissionais, para que eles possam sobreviver com dignidade; de se ter melhores condições de trabalho; e um espaço permanente de debate para tratar das pautas não só dos profissionais de saúde, mas de todos os servidores públicos, com o método do diálogo, o que tem defendido desde o início do ano.
“Tem que se ter um espaço para que o poder público dialogue permanentemente com os servidores, para que não se deixe chegar aos momentos de tensão como já chegamos”, ponderou, criticando o anúncio de reajuste dos servidores em 5% feito pela Prefeitura de Aracaju, sem qualquer discussão e diante de folga financeira em relação a Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF.
O parlamentar destacou, ainda, a importância da jornada de 30 horas para os enfermeiros, lembrando que a lei que regulamenta a profissão de enfermeiro no Brasil e de 1986, portanto, anterior a instituição do atual Estado Democrático de Direito, que nasce com a Constituição de 1988.
“E o projeto que regulamenta a jornada de trabalho em 30 horas é de 2000, e nós já estamos em 2013. Fui deputado federal de 2007 a 2011, fiz inúmeras intervenções para que o projeto entrasse na ordem do dia, fui a vários atos dos profissionais da enfermagem em Brasília, em Aracaju, em a jornada ainda não se efetivou. Como é dura a nossa vida”, lamentou o parlamentar.
Ele encerrou sua fala conclamando a categoria a não se acomodar diante das dificuldades da profissão, mas lutar cada vez mais, agarrados e motivados pela ‘esperança paulofreireana’. “É a esperança militante, que nos leva à luta, que pontua no horizonte o que queremos atingir e depois vai pavimento o terreno para que cheguemos até lá, lutando e resistindo”, concluiu Iran Barbosa.
Finalizando a sessão especial, o Dr. Emerson disse que o Brasil precisa investir mais em saúde. Especificou no seu discurso sobre o modelo assistencial da saúde. "Pacientes do interior e de outros estados que precisam de exames de média e alta complexidade vêm à Aracaju porque não podem ser atendidos nos seus municípios”, disse, completando que isso sobrecarrega os serviços da capital sergipana.
Colaboraram, ainda, com o debate Maria Cláudia Tavares, presidenta da Aben-SE; Marcos Santana, presidente do Sinodonto; a diretora do Sintasa, Maria das Graças Nunes; e a enfermeira e dirigente do Seese, Normaclei Cisneiros.
Por George Washington
Sindicato Profissional dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem do Estado de PE
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Fonte: www.universopolitico.com
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